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Alguns atletas tomam analgésicos com a intenção de melhorar o seu desempenho. Muitas vezes, a dor recorrente acaba os desencorajando pois dificulta ao seu treino e o seu desempenho. De acordo com alguns estudos observacionais, atletas de todas as idades e níveis usam analgésicos (geralmente antes dos treinos), quatro vezes mais do que a população em geral. O acetaminofeno (paracetamol) e os antiinflamatórios não esteroidais (AINES) estão entre os medicamentos mais utilizados pelos atletas. Os analgésicos melhoram o desempenho indiretamente através da supressão da dor durante o exercício e tem possíveis efeitos diretos através de bloqueio de outras vias fisiológicas de controle da dor. Desta forma, estes possíveis benefícios, associados ao fácil acesso a estas drogas acabam criando um risco potencial para o uso indevido destas medicações.
Já os antiinflamatórios têm por função básica a redução da dor e inflamação. Quando usados antes do treinamento ou da competição, estas medicações podem permitir que os atletas suportem mais dores e reduzam a inflamação pós-exercício, permitindo que treinem mais intensamente e por mais tempo. No entanto, ainda não há evidências conclusivas de que este benefício seja real, já que a maioria dos estudos demonstra evidências conflitantes acerca deste tema.
Além disso, o uso indiscriminado deste tipo de medicação, não somente entre os atletas, mas também na população em geral, pode ter efeitos colaterais deletérios que incluem a úlcera gástrica (podendo evoluir com sangramento e até perfuração do estômago), lesão renal e hepática aguda, retenção de líquidos, elevação da pressão arterial e o maior risco de desenvolver doença cardiovascular. O risco de complicações aumenta se forem tomadas doses além do habitual. Pode ocorrer também um aumento no risco de sangramento nos esportes de contato e de colisão devido ao efeito inibitório dos AINES na função plaquetária.